segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Operação Valkíria

Após muito tempo sem postar, deixo aqui minhas desculpas e convido a todos a uma viagem ao passado alemão, com o novo filme Operação Valkíria! Divirtam-se!


Atenção, contem spoilers do filme!


Torcendo contra o inevitável. Foi essa a sensação trazida pelo longa estrelado por Tom Cruise (Nascido em 4 de Julho, Colateral), como se o episódio narrado conseguisse realmente mudar a história conhecida pelo mundo. Assim foram meus sentimentos após o aparente sucesso da Operação Valkíria (Valkyre, EUA/Alemanha, 2008), um complô de assassinato contra Adolph Hitler, organizado por comandantes de alta patente do partido Nazista.

Cruise é o coronel Claus von Stauffenberg, o arquiteto e o executor do plano durante uma reunião na fortaleza secreta de Hitler, a Toca do Lobo. Junto com ele, diversos generais, coronéis, tenentes e idealizadores tramaram previamente o décimo-quinto atentado contra o Führer (líder) da Alemanha nazista. O sucesso aparente da operação dá início à Operação Valkíria, cujo mote de tomar Berlim, sede do governo, teoricamente ocultaria o assassinato e a traição dos conspiradores ao país. A desculpa: acusar a força paramilitar do governo, a Schutzstaffel ou SS, de promover um golpe. Valkíria era o nome do contingente especial das forças armadas, delineada para manter o controle social em caso de morte ou debilidade de Hitler. O nome, trazido da mitologia Nórdica, representa as figuras femininas voadoras que decidiam quem vencia ou morriam em batalhas. Os que morriam bravamente eram levados por elas para Valhalla, o “céu” dos Vikings.

Um ponto pouco explorado no filme é o modo como o complô se desenrola. Como encontrar aliados dentro de um país tomado pela lavagem cerebral do partido nazista, com o juramento de sacrifício total para a glória do Terceiro Reich? O filme mostra pouco isso, pois já se coloca na parte onde cabeças reúnem-se para a concretizar o plano da simultânea “traição” e “salvação” da Alemanha. Ainda assim, o suspense de não saber se cada pessoa contatada ou que já faz parte do complô realmente vai cumprir o prometido é alto. Foi um traidor dentre o grupo que fez o plano falhar?

Tan tan tan tan...

Na verdade, segundo o filme, uma série de acontecimentos faz com que a Operação Valkíria falhe. A princípio, a bomba seria explodida dentro da casamata de concreto reforçado da Toca do Lobo. Porém, o general Friedrich Olbricht, uma das peças-chave do complô (de alto nível hierárquico, ele que autorizaria o início da Operação Valkíria), exige que a bomba mate não apenas Hitler, mas também Heinrich Himmler, comandante da Schutzstaffel (SS) e da Gestapo (Polícia Secreta do Estado) e possível sucessor do Führer.

Uma vez dentro da casamata, Stauffenberg (Cruise) vê-se na indecisão de dar seguimento ao plano, já que Himmler não estava lá. A demora faz com que o plano não possa ser concretizado dessa vez. Já na segunda tentativa, a reunião acontece fora da casamata, diminuindo o potencial destrutivo da bomba (que seria ampliado devido às paredes de concreto da casamata, que condensariam a força explosiva). Com a ocorrência da explosão, mas saber da total eficácia do atentado, dá-se procedimento ao plano. Linhas telefônicas cortadas, Operação Valkíria iniciada, Berlim começa a ser tomada pelas tropas. A conspiração aparentemente está sendo bem-sucedida. Mas uma ligação, porém, põe tudo a perder. Hitler pergunta se o comandante do batalhão da Valkíria reconhece sua voz, e pede para que os traidores sejam capturados vivos. É o início do fim do complô.

Dirigido por Bryan Singer (X-Men 1 e 2 e Superman Returns), Operação Valkíria é um filme interessante, pois realmente nos coloca no anseio de que a trama venha a dar certo. A história da humanidade porém, já previamente traz o final. Hitler, o homem de aço, sobrevivente, continua sua política ensandecida e promove mais um ano de guerra, inclusive com a tragédia do Holocausto nos campos de concentração. De qualquer forma, valeu a tentativa.

LARCF

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