segunda-feira, março 23, 2009

Contribuição para o jornal Correio Popular

Confiram na íntegra a matéria do Correio Popular de 22/03, com a participação do BIOSFERA!

Campinas vai apagar luzes na Hora do Planeta

Cidade é uma das que 1.191 que aderiram ao movimento de alerta para o aquecimento global
Fabiano Ormaneze
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
fabiano.ormaneze@rac.com.br

Não estranhe se, na noite do próximo sábado, você perceber que a cidade está mais escura e muita gente faz suas atividades sob a luz de velas. Não é que as pessoas estarão mais românticas, tampouco que vai faltar energia. É que Campinas aderiu, oficialmente, na última sexta-feira, ao movimento Hora do Planeta, idealizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (representado pela sigla em inglês WWF) que, em sinal de luta contra o aquecimento global, estimula que as pessoas apaguem as luzes durante uma hora, a partir das 20h30 de sábado.
Apesar de a decisão da Prefeitura ter sido tomada somente na última sexta-feira e ainda não haver definição de quais prédios públicos terão suas luzes apagadas — o que deve ser definido só em meados dessa semana —, vários grupos da cidade e estabelecimentos comerciais já haviam manifestado sua adesão ao movimento.

É o caso, por exemplo, do restaurante Daitan, o primeiro a oficialmente fazer parte desse grupo. O proprietário Kendi Matuzita, que também é representante nacional da Aniston, uma empresa sueca que produz materiais de limpeza preocupados com a economia de matéria-prima e a reciclagem, vai preparar um jantar à luz de velas para os clientes. “Durante muito tempo, falou-se que era preciso deixar um planeta melhor para os nossos filhos. Agora, o pensamento é outro: é preciso deixar filhos melhores para o mundo. Ações como a Hora do Planeta são importantes para a conscientização”, diz. No sábado, quem for ao restaurante
também receberá um folheto sobre preservação ambiental.

Até a última sexta-feira, em todo o mundo, 1.191 cidades, em 80 países, haviam oficializado ações de participação no movimento. Como cada cidade apagará suas luzes no horário local, o movimento vai durar praticamente 24 horas. A Campanha começará na Nova Zelândia, onde todos os geradores a diesel das ilhas Chatham, um pequeno arquipélago na costa Leste, serão apagados. Cidades com Paris, na França, e Atenas, na Grécia, já aderiram oficialmente ao movimento e, por causa disso, o “apagão” vai contar com a ajuda de cartões-postais mundiais como a Torre Eiffel e Acrópole.O secretário de Meio Ambiente de Campinas, Paulo Sérgio Garcia de Oliveira, disse que a adesão de Campinas tem o objetivo de sensibilizar os moradores da cidade para a preservação ambiental e fortalecer iniciativas particulares. “Atividades como essas geram curiosidade e interesse das pessoas em saber mais sobre o assunto. É uma mobilização que pode trazer bons resultados”, afirmou.

Luis Corvini Filho vai dar sua contribuição pessoal à iniciativa

Protocolo de Kyoto

Ao apagar as luzes, os participantes da Hora do Planeta pretendem também chamar a atenção dos líderes mundiais que vão se reunir em dezembro deste ano em Copenhague, na Dinamarca, para firmar um novo acordo global substituto do Protocolo de Kyoto que exigia a redução da quantidade de poluentes lançados na atmosfera, mas não foi cumprido por países como os Estados Unidos.

Na casa do jornalista Luis Corvini Filho, as luzes também serão apagadas no sábado à noite. Ele, que escolheu a profissão com o propósito de ser um difusor das ideias de sustentabilidade, tem tentado convencer amigos a seguir o seu exemplo. Além de participar de iniciativas como a Hora do Planeta, Corvini se tornou um verdadeiro ambientalista. “Se vou à praia com os meus amigos e encontro lixo no meu caminho, faço questão de recolher e dar o destino correto. Um amigo já me disse que vou me tornar o lixeiro da praia, mas só estou fazendo a minha parte”, diz.

Corvini produziu no ano passado, com quatro colegas, um programa de televisão sobre meio ambiente e sustentabilidade intitulado Biosfera, apresentado como trabalho de conclusão no curso de jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). O objetivo do grupo, agora, é conseguir patrocínio e espaço em alguma emissora.

Primeira edição superou as expectativas em Sidney

A WWF é uma organização não-governamental (ONG) criada na Suíça em 1961 e que hoje tem abrangência mundial, atuando em cerca de cem países, inclusive no Brasil. Desde 2007, a instituição realiza a Hora do Planeta, na noite do último sábado de março. A primeira edição ocorreu como um movimento local em Sidney, na Austrália e quase 100% dos moradores da cidade apagaram as luzes por uma hora. O objetivo era reduzir 5% do consumo de energia da cidade, mas o resultado foi mais que o dobro: 10,2%. No ano passado, 50 milhões de pessoas, em 35 países e cerca de 400 cidades apagaram as luzes por uma hora. A ação já contou com a participação de alguns símbolos da cultura mundial, como o Coliseu, em Roma, na Itália. No site da WWF é possível ver a lista completa das empresas, entidades e cidades que já aderiram ao movimento. O endereço é www.wwf.org.br. (FO/AAN)

Cristo Redentor e Teatro de Manaus ficarão às escuras

Na primeira participação oficial, Brasil já tem a adesão de 29 municípios

A Hora do Planeta 2009 será a primeira com a adesão oficial de cidades brasileiras. O Rio de Janeiro, uma das primeiras cidades a confirmarem participação, vai apagar o Cristo Redentor (foto), o Pão de Açúcar, o Parque do Flamengo e a orla de Copacabana, alguns dos pontos mais conhecidos da cidade. Para isso, a Prefeitura vai reforçar a segurança em todos esses locais. Um outro cartão-postal brasileiro que estará apagado será o Teatro Amazonas, em Manaus.

De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), até a última sexta-feira, 29 cidades já aderiram ao movimento no País. No grupo estão também Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF). Além disso, há iniciativas de pelo menos 200 empresas e organizações não-governamentais (ONGs) espalhadas por todo o Brasil.

De acordo com o diretor-executivo da Hora do Planeta, Andy Ridley, o movimento representa mais do que apenas um apelo pelo combate ao aquecimento global. “A Hora do Planeta é uma oportunidade para que a comunidade mundial se expresse em uníssono sobre a questão das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, se reúna para celebrar uma coisa que todas as pessoas têm em comum: o planeta”, disse. A WWF estimula também que, durante o movimento, as pessoas se reúnam em praças públicas, em sinal de união, principalmente próximo aos monumentos que serão apagados. (FO/AAN)


Nenhum comentário: