sábado, junho 05, 2010

TÔ NA COPA: Chegando na África


Cheguei em Johanesburgo às sete da manhã, horário local da África do Sul. Devo dizer que fiquei impressionado com o tamanho do aeroporto, de longe mais amplo e moderno que o de Cumbica. Um exemplo disso era o salão das esteiras de malas. Eram sete, uma ao lado da outra.

Na alfândega, um simples “Kuia Medar” (aqui escrito como se lê, pois somente assim que nos foi ensinado) cujo significado é “bom dia”, trouxe sorrisos e facilidades na hora da carimbada no passaporte. Que gravação de impressão digital o quê! Sendo brasileiro, já se garante meia-permissão de estadia.

Reparei que fluxo de pessoas ainda é pequeno. Uns uruguaios aqui, uma equipe de televisão chilena alí. Não vi aquela massa de torcedores “aterrorizando” o local, celebrando a chegada no país da Copa. A pouca agitação concentrou-se apenas no desembarque, onde guias, familiares e um grande número de jornalistas se aglomeravam.

Após entrevistarem alguns brasileiros do meu voo, eu inclusive, o grupo da imprensa avistou Michael Dawson, substituto do então capitão do time inglês, Rio Ferdinand, cortado por contusão. A chegada do atleta causou um certo alvoroço. Depois disso, a calmaria voltou a reinar.

Mas para cair na realidade e perceber que não estamos na Copa da Alemanha, logo sofri a pressão dos aproveitadores de turistas perdidos. Um rapaz uniformizado se ofereceu – já colocando a mão no carrinho – para empurrar minhas bagagens. Em seguida, um “colega” deste tomou minha frente na escada rolante e inibiu minha visão das malas. Ele parecia olhar de um lado e de outro, buscando algum zíper entreaberto.

Percebendo isso, saltei, com mochila nas costas e tudo mais, sobre as malas, alcançando o degrau superior ao de onde estava o carrinho. No fim da escada rolante, peguei todas as malas na mão e fiz um escarcéu. Com isso, os dois se afastaram. Realmente, a atenção aqui terá de ser “à brasileira”.

Passado o stress, tomei um café e embarquei em conexão para a Cidade do Cabo. Depois de duas horas e meia, agraciado por um céu azul de brigadeiro, cheguei à “Cidade Maravilhosa” da África do Sul.

Os horários estavam apertados. Depois de confirmar a reserva às 14h00 no hotel, corri para não perder o passeio rumo à Robben Island, local onde Nelson Mandela passou dezoito dos seus vinte e sete anos de prisão.

A minha pressa, porém, foi atenuada devido a um problema com o barco que conduziria os turistas ao local. O passeio atrasou em uma hora. E como a visita demorou mais três, minha volta ao continente ocorreu somente à noite.

Juntamente com Mandela, a ilha é um dos grandes símbolos da democracia do país. A história dela, porém, vou contar para vocês ainda essa semana, depois de juntar os emocionantes relatos coletados durante minha visita.

Bom, esse foi o primeiro (e longo) dia da minha cobertura dos bastidores da Copa. Amanhã trago mais novidades para vocês. Agora vou descansar um pouco, pois ficar trinta e seis horas acordado não é fácil.

PS1: Abrindo a contagem daqui, faltam seis dias para o início da Copa do Mundo.

PS2: Acabo de ligar a TV e está passando... Flamengo x Goiás!

BÔNUS: por acaso vocês já assistiram ao pouso de uma aeronave vista POR CIMA DELA? Foi isso que a companhia aérea ofereceu em um de seus canais de entretenimento. Mais do que nunca, sintam-se aterrissando comigo aqui na África do Sul.



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